sábado, 4 de junho de 2011

Celular: indispensável ou perigoso?

Tassia Vinhas






A estudante Gabriela tem uma preocupação antes de dormir. Ela precisa ter certeza que o celular dela está com a bateria carregada. Isso para não ser pega desprevinida no dia seguinte com o celular sem bateria. Se a bateria já estiver cheia ela leva o aparelho para dormir com ela, em baixo do travesseiro.

Assim como ela milhões de pessoas tem a mesma preocupação. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) hoje existem mais celulares do que pessoas no Brasil. De acordo com a agência são 200 milhões de linhas habilitadas no país contra 190 milhões de habitantes. As reclamações sobre os aparelhos também aumentaram. Hoje
24,87% das reclamações dos Procons, segundo o Cadastro Nacional de Reclamações Fundamentais, são relacionadas a telefones celulares. Por isso, desde junho de 2010, uma nota técnica elaborada pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça classifica os aparelhos celulares como produtos essenciais. Com isso os usuários podem, em caso de defeito, exigir a susbstituição do aparelho imediantamente ou a devolução do dinheiro já pago.

Porém o uso exagerado pode não fazer bem. Uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que o uso contínuo de celulares pode causar câncer nos usuários. A pesquisa aponta que a radiação eletromagnética,vinda de telefones celulares, pode causar um tipo de câncer no cérebro. O estudo foi feito a partir de um levantamento de estudos realizados por trinta e um cientistas de quatorze países. O estudo não aponta nenhum caso de tumor registrado por causa do celular, mas alerta para problemas no futuro. De acordo com os pesquisadores a radiação dos telefones móveis é tão perigosa quanto a emissão de gases de veículos, o chumbo e o clorifórmio. Ainda de acordo com a pesquisa as pessoas que falam em média trinta minutos por dia ao longo de dez anos tem 40% mais risco de ter gliomas e neuromas.

O resultado é aprovado pelo oncologista Fernando Cunha. “O nível de radiação emitido pelo aparelho é bem baixo, abaixo do nível considerado perigoso, porém esse nível de radiação pode causar danos a longo prazo com o uso do celular sem controle”, diz. Ainda de acordo com o médico a radiação pode causar ou aumentar as chances de desenvolvimento de tumores cerebrais por causa da proximidade do aparelho usado na orelha, e ele alerta: “As pessoas que dormem, comem e não desgrudam do celular corem um risco a longo prazo”.

Os dados da pesquisa porém são contestados pelo professor de computação e engenharia elétrica da Unicamp, Hugo Enrique Hernandez,que desenvolveu um estudo sobre as consequencias do celular. Hernandez criou um software que consegue captar e analisar sinais transmitidos pelo aparelho. Foi então analisada a capacidade do celular de aumentar a temperatura do corpo enquanto a pessoa está falando no telefone, o que poderia estar relacionado a radiotividade. “Por esse estudo concluímos que o aparelho não é capaz de mudar a temperatura do corpo humano e, por isso, não causaria danos”, afirma. Mesmo com esse resultado ele diz que não é possível falar sobre os danos que o celular pode causar à saúde ou até mesmo se ele pode ou não ajudar a desenvolver o câncer. “A pesquisa é sobre os sinais e ondas emitidas pelo aparelho ”, conclui.

O assunto é polêmico e enquanto as pesquisas são feitas a estudante Joceli Godoy não está muito preocupada. “O celular hoje é indispensável, não tem como ficar sem”, afirma.

Gabriela, que carrega a bateria do celular toda noite para não ficar sem o aparelho tem a mesma opinião. “Nos dias de hoje ele é imprescindível, ainda mais com a modernidade. Não é a toa que cada vez mais temos diferente opções de aparelhos comuns e também dos smartphones também”, diz.

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