quinta-feira, 16 de junho de 2011

Documentário finalizado em Paulínia aborda temática da Hidrelétrica de Belo Monte

Por Bruna Reis

“À margem do Xingu – vozes não consideradas” mostra conseqüências socioambientais do projeto desenvolvimentista.
Reis


O documentário “À Margem do Xingu – Vozes Não Consideradas” levanta o debate sobre a questão do represamento dos rios amazônicos para produção de hidroeletricidade e suas conseqüências socioambientais. O projeto iniciado em agosto de 2009 foi produzido entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010, momento em que se tramitava a LP – Licencia Prévia –, que permitiria o leilão da usina de Belo Monte. O processo de produção foi realizado como uma viagem exploratória onde se descobria pouco a pouco os protagonistas desta polêmica obra e suas conseqüências diretas na vida destas pessoas e seu entorno.
O lançamento será na Mostra Competitiva do IV Festival Paulínia de Cinema, marcando o inicio da divulgação/difusão do filme. Inscrito em cerca de 100 festivais brasileiros e internacionais o documentário será exibido também em comunidades ribeirinhas da região amazônica, salas de cineclube, universidades, escolas, ongs e eventos sobre o meio ambiente, sempre propondo um espaço para discussão e reflexão do tema que atingi todos os seres do planeta. A meta do projeto institucional da produção é atingir 20.000 mil espectadores no próximo ano e meio.


http://vimeo.com/24443990

Formas de mudar o mundo: das redes as ruas

Por Bruna Reis

Na era da web 2.0 as revoluções culturais, sociais e políticas quebram a barreira institucional num diálogo intergeracional direto entre sociedade e governo.


Movimentos sociais organizados são uma constante em todos os períodos históricos e partes do mundo, temas como liberdade, saúde pública, igualdade, fraternidade, bem comum, direitos humanos, individuais, universais, expressão, simbolismo e transformação.

As formas de articulação são alteradas de geração em geração buscando ser vanguardista quanto aos temas e o modus operandi dos atos, passeatas, manifestos e intervenções. Cada época pinta sua “revolução” com suas cores, caras e cartazes.

Na busca do compartilhar, palavra base para qualquer movimento que se propõe eficaz, pois apenas através do compartilhamento de idéias e do vínculo afetivo entre as pessoas e os temas, se obtém significativos índices de envolvimento e comprometimento com a causa.

Vivemos numa época onde a internet é base de trabalho, estudo e relações, onde o domínio da máquina reside, não como as super máquinas pensadas nas ficções científicas de meados do século XX, mas sim nos micros, nets e notes que são instrumentos de trabalho e instrumentos de lazer no mesmo lugar.

Nesse contexto da web 2.0 as revoluções culturais, sociais e políticas são divulgadas, compartilhadas, tuitadas. Segundo pesquisa do Datafolha divulgada no último dia 13 de junho, 71% dos jovens brasileiros considera a internet uma arma política. Sobre a pesquisa Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, ex-presidente da república e âncora do polêmico documentário “Quebrando o tabu”, que trata da descriminalização das drogas, ele comenta que “a juventude se comunica diretamente, ela salta instituições”.

Malcolm Gladwell, no artigo, “A Revolução não será tuitada” contesta esse potencial de arma política pela fraqueza dos vínculos que a rede www faz, “o Facebook e sites semelhantes são ferramentas para a construção de redes e, em termos de estrutura e caráter, são o oposto das hierarquias. Ao contrário das hierarquias, com suas regras e procedimentos, as redes não são controladas por uma autoridade central e única. As decisões são tomadas por consenso, e os vínculos que unem as pessoas ao grupo são frouxos.”

Os movimentos se articulam para derrubar essa hipótese do vínculo frouxo e os exemplos se espalham pelo mundo, a ocupação das Praças de Espanha, a derrubada do ditador no Egito (considerada por Gladwell como pouco eficaz na rede), o churrasco da gente diferenciada, a Marcha da Maconha e a mais expressiva movimentação em amplitude, pluralismo, multiculturalismo, transtemática e intergeracional: a Marcha da Liberdade.

Nascida do enfrentamento da Marcha da Maconha, esta enfim julgada e liberada pelo Supremo Tribunal Federal no último dia 15 de junho, a Marcha da Liberdade propõe um movimento pós estruturas; pós partido, pós rancor, pós ministérios, pós instituições. Na cidade de Campinas, o manifesto da Marcha da Liberdade inicia seu “Convite à liberdade” assim: “Não somos uma organização. Não somos um partido. Não somos virtuais. Somos REAIS. Uma REDE em MOVIMENTO feita por gente de carne e osso. Organizados de forma horizontal, autônoma, livre. Temos poucas certezas. Muitos questionamentos. E uma crença: de que a Liberdade é uma obra em eterna construção. Acreditamos que a liberdade de expressão seja a base de todas as outras: de credo, de assembléia, de posições políticas, de orientação sexual, de ir e vir. De resistir. Nossa liberdade é contra a ordem enquanto a ordem for contra a liberdade. “ e termina com uma pergunta: “Com que coração você vem à marcha?”

É nesse contexto de agregar os movimentos que a marcha se propõe nova, sendo nacional e respeitando as particularidades e demandas de cada cidade onde ela acontece. Marcelo das Histórias, griô aprendiz, ator e contador de histórias, integrante do Coletivo de organização da Marcha da Liberdade Campinas afirma que “A marcha da Liberdade de Campinas é mais que um ato. Ele agregou diversos movimento e redes.” “Pensamos em ampliar a questão da corrupção e Impeachment do doutor [Hélio de Oliveira Santos, prefeito de Campinas, que teve a esposa, seis secretários ou diretores de secretarias e mais 11 empresários envolvidos num esquema de fraude de licitações]. Queremos uma conselho popular para lidar com esta crise e iniciar um processo de uma democracia mais participativa, com ampliação dos meios de controle e fiscalização popular . Uma gestão compartilhada em todas as pastas”.

Movimento político, social, cultural, de transformação e processos. Articulados via web 2.0, marcado por hag tags do twitter, #MarchadaLiberdade, pelo Facebook @Marcha da Liberdade, pelas correntes de e-mails e levada as ruas, a confecção de cartazes, a intervenções, a produção audiovisual, a construção do vínculo afetivo. Para essa turma a revolução não será apenas tuitada, mas estará no top trending.

http://youtu.be/OYUWhvytmJY


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Defesa Civil de Campinas terá novo site com previsão do tempo diária










Por Tiago de Souza

A Defesa Civil de Campinas passará a fornecer a todas as secretarias, órgãos municipais e empresas cadastradas, a previsão climática diária e condições meteorológicas, além dos alertas disparados quando houver possibilidade de algum desastre natural. Os serviços atualmente ficam restritos apenas aos departamentos de Defesa Civil do estado de São Paulo.

“Além da possibilidade da informação circular com mais agilidade, ajudando-nos nas ações preventivas, a Administração cumpre obrigação de prestação de serviço ao cidadão, tarefa intrínseca ao poder público”, explica o diretor da Defesa Civil na Região Metropolitana de Campinas, Sidnei Furtado.

Desenvolvido com a concepção de agilizar alguns serviços anteriormente prestados apenas através do telefone 199, o site do órgão campineiro (www.campinas.sp.gov.br/defesacivil) passará a ser atualizado duas vezes ao dia e, em caso de iminência de tempestades, ventos fortes localizados ou baixa umidade do ar, todos os órgãos e empresas que realizaram cadastro anterior junto à Defesa Civil receberão os alertas necessários. A cidade de Campinas ainda contará com a previsão do tempo e temperatura para nove dias.

Segundo Furtado, a nova ferramenta possibilitará mobilização mais ágil do trabalho das entidades que trabalham com prevenção – como retirada de famílias que vivem em áreas de risco em dia de forte temporal localizado – e auxiliará o órgão nas suas ações, fornecendo informações de como proceder nesses casos que possam oferecer algum risco à população.

Novo site

O novo hot site da Defesa Civil foi colocado no ar no mês de maio desse ano, possibilitando interatividade com o órgão e fornecendo diversos serviços, como um manual de desastres – utilizado até por cidades vizinhas à RMC –, e como proceder em período de estiagem e em prevenção de casos de afogamentos.

Criador do novo site da Defesa Civil de Campinas fala sobre ferramenta

Por Tiago de Souza

“Dentro das possibilidades existentes dentro do portal da Prefeitura, buscamos fornecer ao munícipe desde informações básicas sobre a Defesa Civil até então não disponíveis – como missão e valores do órgão –, como prestar serviço à população, nossa obrigação como servidores públicos que somos”, relata o criador da ferramenta, o publicitário Thiago Wiziack, da Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura de Campinas.

Wiziack explica a maneira que encontrou para melhorar o endereço eletrônico da Defesa Civil regional. “Nos utilizamos de mídias sociais para publicarmos folhetos educativos (o www.issu.com), sempre com o conceito de “you publish”, que tem toda a concepção sustentável – por não exigir impressão desse tipo de material que geralmente utiliza muita química – e pode atingir um número maior de pessoas. Além disso, buscamos dentro das ferramentas que temos fornecer o maior número de informações possíveis à sociedade, tendo como base o sucesso na utilização de espaços on line na ultima Operação Verão realizada”, analisa o publicitário.

Na ocasião, a Defesa Civil de Campinas utilizou-se de um banner postado na home do portal da Prefeitura da cidade que levava o internauta diretamente para o hotsite criado especialmente para a Operação Verão 2010/2011, realizada de 01 de dezembro de 2010 a 30 de abril desse ano. No espaço, informações como número de desabrigados, casas interditadas preventivamente, habitações demolidas e pontos de alagamentos, eram atualizadas diariamente – possibilitando inclusive o trabalho conjunto com rádios municipais para auxiliar o cidadão sobre as condições das vias até durante os temporais.

“Tivemos um retorno muito positivo nesse trabalho preventivo que a Prefeitura tem buscado desenvolver em relação a desastres naturais, que não geram mortes na cidade desde 2003, mesmo enfrentando nesse ultimo período de chuvas os piores índices pluviométricos dos últimos nove anos”, afirma Sidnei Furtado.

O publicitário Pedro Nicolau, responsável pelo desenvolvimento de websites esportivos no Rio de Janeiro e que atuou no departamento de publicidade da The Coca Cola Company Brasil, aprova o conteúdo disponibilizado, mas faz algumas ressalvas.

“Dentro do que se oferece atualmente por instituições públicas no Brasil, o conteúdo está mais do que satisfatório, porque cumpre as funções sociais de prestação de serviços. Claro que algumas adaptações muito mais no sentido visual poderiam ter sido feitas, mas sem conhecer a fundo toda a estrutura técnica que o portal da Prefeitura de Campinas possui, é complicado avaliar o que poderia ser alterado na questão visual”, avalia Nicolau.

Veja a entrevista.

domingo, 12 de junho de 2011

José Marques de Melo reflete sobre o jornalismo em palestra na PUC-Campinas

por Marco Antonio Erbeta

O “5º Encontro Paulista de Professores de Jornalismo e Jornada de jornalismo 2011”, que aconteceu de 26 a 28 de maio, na PUC-Campinas, contou com a presença de renomados profissionais jornalistas. No sábado, 27, José Marques de Melo (presidente da Comissão de Especialistas do MEC) realizou palestra e discutiu a jornalismo atual.


Presidente da Comissão de Especialistas do MEC, José Marques de Melo teve como tema central de sua palestra “Jornalismo em tempos de crise” e falou sobre a influência da tecnologia no jornalismo, o acesso às informações e o perfil do profissional jornalista, dentre outros assuntos.

Segundo Marques de Melo, a revolução tecnológica foi um marco para a comunicação, o que mudou significativamente as mídias e os tempos, com uma nova proposta de informação. “Vivemos na era do Jornal Digital. Os tempos mudaram, tudo mudou, e é necessário que tenhamos essa visão”, disse.

Sobre mudanças do jornalismo atual, Marques de Melo falou que na essência nada mudou no jornalismo e nos seus fundamentos, mas que houve mudança na natureza das demandas, onde os novos cidadãos reclamam a interpretação dos fatos, com um jornalismo investigativo e que exige valores agregados. Destacou também o tipo de interesse dos atuais leitores "que procuram uma aparência romanesca dos fatos e personagens” de uma matéria, diferentes dos leitores de mídias impressa, que prezam pela qualidade. “Os leitores de jornais demandam informação de qualidade e os novos leitores desejam informação diversional”, destacou.

Neste sentido, o professor refletiu sobre as dificuldades de adaptação do jornalista atual, que deve ter “talento, formação e condições de trabalho” para poder desenvolver um bom jornalismo.

Marques de Melo falou também da importância do acesso às informações das pessoas de baixa renda, mas para isso é necessário que as informações (notícias) sejam gratuitas, algo importante pra classe menos favorecida, alertando para os altos preços dos jornais.

Ao final, José Marques de Melo falou sobre sua visão do jornal hoje que “está mais estruturado para contar o que do que para explicar o porquê”, completou.

O “5º Encontro Paulista de Professores de Jornalismo e Jornada de jornalismo 2011” teve como tema “A Formação superior como elemento constituinte e legitimador do campo de Jornalismo” e contou com participação de alunos, professores da PUC-Campinas e de outras faculdades do Estado de São Paulo.



FOTOS: Marco Antonio Erbeta

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Várzea Paulista inova com projeto social “Armazém da Cidadania”

Fabiano Andreane

Como diz o ditado popular: “não basta dar o peixe, tem que ensinar a pescar”. Essa foi a filosofia que a Secretaria de Cidadania e Assistência Social de Várzea Paulista utilizou ao ampliar o atendimento às famílias em vulnerabilidade social, evitando assim restringir às políticas assistencialistas e imediatas. O serviço prestado à população se aliou à participação popular.

Muitos projetos implantados nos últimos seis anos contribuíram para a consolidação dessa mudança e, devido a essa transformação, a Secretaria iniciou 2011 com um novo nome, passando a se chamar Secretaria de Cidadania e Desenvolvimento Social.

Esta nova forma de trabalho baseia-se em políticas de Desenvolvimento Comunitário e é um incentivo para que essas famílias assistida pelos programas se tornem protagonistas de suas próprias vidas e comunidade. Segundo a secretária de Cidadania e Desenvolvimento Social Giany Póvoa é uma forma de valorizar as habilidades desenvolvidas por cada pessoa. “Estamos dando um novo papel para a Assistência Social, oferecendo ferramentas para que as pessoas possam desenvolver suas atividades de forma independente, seja para gerar sua própria renda ou definir as melhorias necessárias em seu bairro”, explica.

Um dos eixos de atuação é a Economia Solidária, que agrega o Armazém da Cidadania. As famílias assistidas pela Prefeitura recebem ‘Saberes’, moeda social usada para a troca de alimentos, obtidos por meio da participação em atividades socioeducativas e de participação popular promovidas pelo poder público, uma ação pioneira no Brasil.

As dificuldades da vida fizeram com que Ediliane Silva Dotta procurasse ajuda no projeto. Casada, trabalhava para ajudar o marido nas despesas da casa. Mas um dia a vida pregou lhe uma peça: o marido e ela ficaram desempregados e começaram a passar necessidades. Mãe de quatro filhos, ela se via desesperada ao abrir o armário e não ter nenhum alimento para colocar na mesa. “O que mais me doía era quando meus filhos pediam um leite, um pão, uma bolacha e não tinha de onde tirar”, conta .

Há mais de 2 anos ela participa da Oficina da Beleza duas vezes por semana, e consegue juntar cerca de 55 “saberes” por mês. Com a moeda social ela diz nunca mais ter passado necessidades. “É uma oportunidade única recebida deste pessoal, aqui a gente trabalha pra ganhar. Agora em casa tem tudo: leite, macarrão, arroz, feijão, tem tudo”.

Hoje, a cidade possui três Armazéns da Cidadania, que funcionam nos Centros de Assistência Social (CRAS) e são espaços semelhantes a um mercado. Neles são oferecidos todos os produtos de uma cesta básica, verduras e legumes frescos.

Em Várzea Paulista, muitas pessoas em situação de vulnerabilidade social e que tinham dificuldade de ingressar no mercado de trabalho encontraram apoio neste projeto, participando das Feiras de Trocas e das Cooperativas, que já são quatro no município.

Todo este trabalho consiste em um novo sistema econômico regido pelos valores de autogestão, democracia, cooperação, respeito à natureza, promoção da dignidade e valorização do trabalho humano, sendo uma estratégia de enfrentamento da exclusão social sustentada em formas coletivas de geração de trabalho e renda.

domingo, 5 de junho de 2011

Saúde de Piracicaba pede socorro

Reportagem de Nikolas Capp

Seis horas da manhã, José Antônio chega ao pronto-socorro da Vila Cristina. A mulher dele, Maria Aparecida, está com um inchaço na boca e sente muita dor. Em meia hora ela passa por uma triagem e depois aguarda o atendimento.

Seis horas depois, José Antônio continua no mesmo pronto-socorro sem que ninguém tenha dado um diagnóstico para sua mulher. "A gente chega cedo e tem que passar o dia aqui para na hora da consuta o médico passar um remédio sem nem olhar direito o paciente. Perdemos o dia inteiro por nada", explica seu José, enquanto fuma um cigarro sentado em um banco do outro lado da rua do PS.

José pediu para que seu sobrenome não fosse revelado, mas a sua situação retrata a de muitas outras pessoas que procuram as Unidades de Pronto Atendimento de Piracicaba. No total, são quatro unidades na cidade e em todas existem reclamações desse tipo.

Percorri os quatro locais e a conclusão é de que o "pronto atendimento" fica somente no nome do serviço, responsável, pelo menos na teoria, por receber os casos mais graves. Durante cinco horas, poucas pessoas obtiveram êxito em ser atendidas e o número de pacientes só aumentou. Cerca de 40 pessoas aguardavam atendimento na unidade da Vila Cristina, enquanto dois clínicos gerais e um pediatra se desdobravam para dar conta da demanda. A situação na sala interna também era a mesma, já que as enfermeiras chamavam cinco pessoas por vez para aguardar na parte de dentro, mas poucos saíam.

A paciente Sabrina Rodrigues conhece bastante como funciona o local. Ela chegou por volta das 9h30 ao pronto-socorro e repetia o mesmo nos últimos quatro dias para tomar soro, por conta da dengue que deixava seu corpo fraco e dolorido. Como não tem com quem deixar o filho de 4 anos, leva o menino junto. "Ele não quer ficar parado e eu estou com dor, não consigo ficar andando atrás dele. É o quarto dia que venho tomar soro e a fila é sempre essa". Foram três horas de espera até Sabrina ir para a triagem e ser atendida.

Outras UPAs

A situação encontrada na Vila Cristina se repete pelas outras unidades, que ficam no Piracicamirim, Vila Sônia e Vila Rezende. O primeiro é o mais próximo do Centro. Em plena quinta-feira, eram cerca de 50 pessoas aguardando atendimento para um clínico geral e um pediatra.

Ederson Morais estava com um inchaço na virilha e não conseguia andar. "Cheguei aqui nove horas da manhã, são uma hora da tarde e ninguém me chamou ainda. Ninguém é chamado, não sou só eu', comenta o caldeireiro, que estava perdendo o dia de serviço e por isso desistiu do atendimento. "Vou embora, não adianta ficar aqui parado, vou procurar outro lugar para ser atendido", se resigna.

No pronto atendimento da Vila Rezende as pessoas procuravam sombras do lado de fora do local, já que o sol castigava a espera. Silvia Araujo acompanha a mesma cena todos os dias. A assistente de limpeza trabalha em uma farmácia que fica em frente ao PS. "Todos os dias fica lotado e as pessoas ficam aí esperando", conta Silvia.

Por acompanhar tão de perto a situação, ela resolveu pagar um seguro de saúde, mas não escapou da falta de atendimento. "Tive que levar minha neta que estava com bronquite há alguns meses. Se eu não brigo com a enfermeira passaríamos a noite toda lá sem ninguém nem olhar para a gente".

Falta Médico

O coro entoado pelos pacientes é engrossado pelos próprios médicos que atuam no serviço. A demora no atendimento e a pouca atenção dada a cada doente é constatada por aqueles que não conseguem dar conta de toda a demanda.

"Não tem como dar conta. Somos poucos para tanta gente e os médicos não querem vir trabalhar aqui. O salário pago é muito baixo e não atrai os interessados", explica Ademir Alamino Lacalle Junior, plantonista da UPA.

Segundo o médico, como faltam funcionários, os plantonistas precisam trabalhar acima da carga de trabalho normal, o que prejudica ainda mais o atendimento. "Os médicos estão cansados e têm que atender cerca de 80 pacientes por dia, quando normalmente atenderíamos a metade disso. Não existe possibilidade de atender a todos e dar uma qualidade na consulta", explica.

A situação é comprovada pelo último concurso aberto pela prefeitura para tentar sanar o problema. Não existiram inscrições suficientes para ocupar as 13 vagas abertas.

"Com o salário que estão dispostos a pagar dificilmente conseguirão completar o quadro de funcionários. Nenhum médico está disposto a trabalhar praticamente de graça", afirma Junior.

Os problemas não param por aí. Segundo João Auguto Scarazatti, outro médico plantonista, a falta de profissionais não é a única questão, mas também há falta de vagas para transferência de pacientes graves e funcionários fazendo funções que não competem aos cargos para que foram contratados.

"As vezes temos que transferir um paciente e não conseguimos. Ele tem que ficar lá e isso atrasa também o atendimento. Sem contar que alguns médicos contratatos para fazer plantão, que ganham mais, fazem outras funções. Não tem como dar conta da demanda desse jeito", afirma Scarazzati.

O outro lado

A Prefeitura de Piracicaba, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, diz que as UPAs são para atendimento de urgência e demanda espontânea. Quando existem casos de emêrgencia, os outros não tão graves devem esperar por atendimento, ou procurar outros serviços mais apropriados como as UBSs (Unidades Básica de Saúde) e PSFs (Programas de Saúde da Família).

Em relação às reclamações dos médicos, a prefeitura disse ter contratado plantonistas adicionais para cobrir férias e afastamentos. Isso fez com que aumentasse o número para quatro médicos nos horários de pico. Os salários, segundo a secretaria, foram atualizados no ano passado, com as reivindicações dos médicos. Atualmente, um plantonista recebe R$ 804,73 para oito plantões e, acima disso, o valor passa para R$ 824,73 durante a semana. Nos fins de semana o valor sobre para R$ 840,42 e R$ 860,42.

Quanto às solicitações de vagas hospitalares, as mesmas são reguladas pela Central de Vagas da Secretaria de Saúde. Essas vagas hospitalares provêm de dois hospitais: Fornecedores de Cana e Santa Casa de Misericórdia de Piracicaba, e sempre são encontrados leitos mediante a solicitação médica, informa a nota.

sábado, 4 de junho de 2011

Processo de participação popular forma agentes da cidadania em Várzea Paulista



Moradores de Várzea Paulista participam das decisões da esfera pública, decidindo onde parte do orçamento municipal deve ser investido e fiscalizando execução das obras






O exercício da cidadania acontece de forma intensa em Várzea Paulista através da participação popular. São inúmeros os incentivos oferecidos para promover a participação da população nas decisões do governo municipal, garantindo o protagonismo dos varzinos em suas comunidades e na cidade onde vivem.

Desde 2005, é realizado em Várzea Paulista o Orçamento Participativo, uma nova forma de governar que estabeleceu uma importante parceria entre a população e a Prefeitura, colocando a cidade em uma posição de destaque na região, por ser a única a promover a participação popular direta nas decisões do governo. O projeto garantiu aos varzinos o poder de decisão, já que lhes permite escolher onde e como parte do orçamento público será investido.

O OP consiste em reuniões realizadas nos bairros da cidade, abertas ao público, e que contam com a participação de representantes da Prefeitura. Mais de 60 encontros anuais são realizados, que se dividem entre Reuniões de Bairro e Assembléias Regionais, nas quais a população aponta as principais demandas de cada bairro e vota para eleger as prioritárias, que serão executadas no ano seguinte.
Através do OP, as pessoas não apenas têm a oportunidade de decidir onde parte do orçamento público será investido, como também têm mais acesso à administração pública, para cobrar melhorias e reivindicar os seus direitos. O processo de participação popular, inclusive, nomeia pessoas responsáveis por este papel, que são os Conselheiros e os Delegados, ambos eleitos pela população.


Os Conselheiros são escolhidos apenas na terceira etapa, na Assembleias Regionais, quando as demandas escolhidas pela população nas Reuniões de Bairro vão para votação. Eles são responsáveis pelo acompanhamento do orçamento e a execução das obras. Já os Delegados, são eleitos na primeira etapa de cada ciclo do OP, durante as Reuniões de Bairro. É papel deles discutir as demandas eleitas e sua viabilidade com o governo.


Maria Claudete de Lima (foto abaixo), moradora do Jardim Mirante, foi eleita Delegada no ciclo 2010 do OP. Ela participa do processo de participação popular desde 2005, quando morava no Jardim Aimoré. “Sempre quis ser Delegada, mas no Jardim Aimoré a disputa era muito grande”, diz.


Neste ano, Maria Claudete passou a participar das reuniões do Jardim Mirante, bairro onde mora há 9 meses. Em dias de reunião, ela passa pelas outras casas de seu bairro, para mobilizar as pessoas a participarem. “Neste ano fui escolhida para representar o meu novo bairro como Delegada e fiquei muito entusiasmada”, comemora.








Poder de transformação


Maria Claudete está inserida na parcela da população que acredita que o exercício da cidadania começa no voto, mas não para por aí. “A força da população pode mudar a política de uma cidade. A partir do momento que elegemos alguém, temos o dever de cobrar e reivindicar o que precisamos e fazer parte da participação popular é um dos caminhos”, diz.
A Delegada afirma que já colheu os frutos desses quase seis anos que participa do OP. “Acompanhei todo o processo de escolha e votação das demandas e vi a EMEI do Jardim
Papel dos delegados e dos conselheiros

Presentes em todas as fases, os delegados têm o papel de ajudar a encaminhar e classificar as demandas para as fases seguintes. Para cada dez pessoas que participam das reuniões de bairros, um(a) delegado(a) é eleito(a). Eles também são responsáveis pelas defesas das demandas apontadas pela população. Após a eleição nos bairros, são formados os Fóruns Regionais de Delegados, com a participação dos eleitos, que reúnem as demandas por região, classificam e encaminham para as secretarias. Para se candidatar a delegado do OP, o participante deve ser maior de 16 anos, morador do bairro e comparecer às reuniões.

Os conselheiros tem o papel de fiscalizar e acompanhar as obras escolhidas pelos moradores da sua região é a missão dos conselheiros, que permite que eles peçam informações e esclarecimentos às secretarias envolvidas sobre o valor, o prazo e o andamento das obras para manter a população informada. Podem se candidatar a conselheiros do OP os participantes das reuniões que tenham acompanhado todas as fases ou os delegados eleitos durante a primeira fase.Bertioga ser construída como uma demanda da população. Por isso, temos que acreditar que nossa cidade pode mudar”, relembra.


Hoje, ela reflete e percebe que muita coisa mudou em Várzea Paulista. “Hoje não temos mais o problema do poder público investir dinheiro em coisas desnecessárias. A Prefeitura não vai construir um parque no meio do mato, por exemplo, pois através do diálogo ela vai saber que a nossa prioridade não é essa”, avalia.



O OP é dividido em quatro fases. Conheça cada uma delas:

1ª Fase
A fase inicial do OP consiste na apresentação do projeto para a população; levantamento das necessidades e prioridades dos bairros; eleições dos delegados; e fiscalização das obras escolhidas; e do Fórum Regional de Delegados.

2ª Fase
Nesse período, os delegados classificam as prioridades por região e, junto com as secretarias municipais envolvidas com as demandas, discutem a viabilidade técnica e financeira das obras.

É na segunda fase que também acontecem as Caravanas da Cidadania, quando os delegados de todas as regiões percorrem a cidade para conhecer os problemas dos outros bairros.

3ª Fase
Essa é a etapa decisiva do OP, já que nela as demandas de cada região, consideradas viáveis, são apresentadas em seis assembléias regionais, nas quais a população escolhe o que será executado. Ainda nessa fase é eleito o Conselho do Orçamento Participativo.

4ª Fase
A última fase consiste em reuniões e na elaboração do Regimento Interno do Conselho do Orçamento Participativo (COP), além de uma agenda permanente de diálogo com as secretarias envolvidas com a execução das demandas.


Para obter mais informações sobre o OP e o cronograma de atividades dos programas de participação em Várzea Paulista, clique aqui.







SEMANA 13/06

Celular: indispensável ou perigoso?

Tassia Vinhas






A estudante Gabriela tem uma preocupação antes de dormir. Ela precisa ter certeza que o celular dela está com a bateria carregada. Isso para não ser pega desprevinida no dia seguinte com o celular sem bateria. Se a bateria já estiver cheia ela leva o aparelho para dormir com ela, em baixo do travesseiro.

Assim como ela milhões de pessoas tem a mesma preocupação. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) hoje existem mais celulares do que pessoas no Brasil. De acordo com a agência são 200 milhões de linhas habilitadas no país contra 190 milhões de habitantes. As reclamações sobre os aparelhos também aumentaram. Hoje
24,87% das reclamações dos Procons, segundo o Cadastro Nacional de Reclamações Fundamentais, são relacionadas a telefones celulares. Por isso, desde junho de 2010, uma nota técnica elaborada pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça classifica os aparelhos celulares como produtos essenciais. Com isso os usuários podem, em caso de defeito, exigir a susbstituição do aparelho imediantamente ou a devolução do dinheiro já pago.

Porém o uso exagerado pode não fazer bem. Uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que o uso contínuo de celulares pode causar câncer nos usuários. A pesquisa aponta que a radiação eletromagnética,vinda de telefones celulares, pode causar um tipo de câncer no cérebro. O estudo foi feito a partir de um levantamento de estudos realizados por trinta e um cientistas de quatorze países. O estudo não aponta nenhum caso de tumor registrado por causa do celular, mas alerta para problemas no futuro. De acordo com os pesquisadores a radiação dos telefones móveis é tão perigosa quanto a emissão de gases de veículos, o chumbo e o clorifórmio. Ainda de acordo com a pesquisa as pessoas que falam em média trinta minutos por dia ao longo de dez anos tem 40% mais risco de ter gliomas e neuromas.

O resultado é aprovado pelo oncologista Fernando Cunha. “O nível de radiação emitido pelo aparelho é bem baixo, abaixo do nível considerado perigoso, porém esse nível de radiação pode causar danos a longo prazo com o uso do celular sem controle”, diz. Ainda de acordo com o médico a radiação pode causar ou aumentar as chances de desenvolvimento de tumores cerebrais por causa da proximidade do aparelho usado na orelha, e ele alerta: “As pessoas que dormem, comem e não desgrudam do celular corem um risco a longo prazo”.

Os dados da pesquisa porém são contestados pelo professor de computação e engenharia elétrica da Unicamp, Hugo Enrique Hernandez,que desenvolveu um estudo sobre as consequencias do celular. Hernandez criou um software que consegue captar e analisar sinais transmitidos pelo aparelho. Foi então analisada a capacidade do celular de aumentar a temperatura do corpo enquanto a pessoa está falando no telefone, o que poderia estar relacionado a radiotividade. “Por esse estudo concluímos que o aparelho não é capaz de mudar a temperatura do corpo humano e, por isso, não causaria danos”, afirma. Mesmo com esse resultado ele diz que não é possível falar sobre os danos que o celular pode causar à saúde ou até mesmo se ele pode ou não ajudar a desenvolver o câncer. “A pesquisa é sobre os sinais e ondas emitidas pelo aparelho ”, conclui.

O assunto é polêmico e enquanto as pesquisas são feitas a estudante Joceli Godoy não está muito preocupada. “O celular hoje é indispensável, não tem como ficar sem”, afirma.

Gabriela, que carrega a bateria do celular toda noite para não ficar sem o aparelho tem a mesma opinião. “Nos dias de hoje ele é imprescindível, ainda mais com a modernidade. Não é a toa que cada vez mais temos diferente opções de aparelhos comuns e também dos smartphones também”, diz.

Bomba explode em Jundiaí

Livia Zuccaro



Estudar e Estagiar

Carolina Cerqueira Salvador Marques

O desabafo nas redes sociais acabou se tornando rotina para as pessoas que, hoje, já não se imaginam mais sem um twitter ou facebook. A terapia via web não é privilégio apenas dos mais novos, pelo contrário, pais, mães e até mesmo os avós estão aderindo a essa moda. Basta gastar dois minutos lendo o feed de notícias do facebook que essa realidade vai ser facilmente percebida.

Na página de Mariáh Ferrero, o desabafo também estava lá! A jovem de dezenove anos cursa o terceiro ano da faculdade de jornalismo e desde novembro do ano passado tenta conciliar os estudos e o estágio. No fim do primeiro semestre de trabalho vem a confissão: “NÍVEL DE ESTRESSE ALTO!!!! Qm um dia tento conciliar fim de semestre com estágio sabe do que eu to falando...”

Assim como Mariáh, outras tantas pessoas enfrentam essa rotina de estudos pela manhã, estágio à tarde e, talvez, apenas as noites livres para sair com os amigos, namorar ou quem sabe até descansar na frente da televisão, do computador ou atrás de um bom livro. Isso quando o trabalho não exige horas extras e os estudos também não pedem a famosa dedicação extra classe. Então, surge a pergunta: como conciliar os estudos e o trabalho? Qual é mais importante para quem está terminando os estudos e começando a vida profissional?

A psicóloga Maria de Fátima da Silva mostra que as duas coisas são fundamentais para os alunos, desde que sejam feitas na medida certa: “As pessoas precisam ter equilíbrio. O estágio é tão importante quanto a faculdade, mas é preciso também ter vida social. Para Marília Rastelli, a fórmula é simples: basta ter organização que tudo termina bem. A jovem de vinte e dois anos também está cursando faculdade de jornalismo e se dedica, e muito, ao estágio no período da tarde. Sempre de bom humor, ela diz que chega a ficar nervosa com a quantidade de obrigações, mas que tenta estabelecer uma rotina para dar conta de atender a todas as demandas, do trabalho e da faculdade: “Eu tento, mas nem sempre consigo. (rs) Procuro não deixar acumular os trabalhos da faculdade e tento manter essa rotina à noite, depois que saio do trabalho. Às vezes, a quantidade de coisas é tão grande que uso o fim de semana. Aí, fica tudo corrido, mas é gostoso.”




Marília trabalha e estuda há um ano e três meses e mesmo diante de toda essa correria, do nível de estresse alto com o fim do semestre, como desabafa Mariáh, ela ainda reconhece a importância de já estar inserida no mercado de trabalho: “No estágio eu tenho contato com coisas que não aprenderia apenas nas salas de aula. Além do que, vou estar bem mais preparada quando me formar.”

Duas jovens estudantes e ao mesmo tempo duas profssionais que já se dedicam muito no trabalho. Diante de tantas obrigações, o descanso é fundamental. Tanto Mariáh quanto Marília afirmam que procuram deixar esse descanso necessário para os finais de semana. A psicóloga Maria de Fátima da Silva coloca esse descanso como uma ordem essencial para a sobrevivência dessas jovens guerreiras: “É preciso descansar e mudar o foco. O exercício físico é fundamental para que as pessoas consigam suportar tamanha pressão. É preciso fazer qualquer tipo de exercício, que seja caminhar vinte minutos durante o almoço.” Orientações importantes que podem ajudar, e muito, o desempenho dessas funções.

Vendas na Feira do Livro devem superar 2010

Por Tiago Freitas



Os expositores da Feira do Livro de Ribeirão Preto estão otimistas para as vendas no último final de semana do evento. A expectativa é obter lucros que superem os valores do ano passado. O proprietário da editora Centauro por exemplo, disse que espera vender R$ 100 mil até domingo. “Esse ano já superou 2010, que foi muito ruim pra mim. Faltam três dias para acabar a Feira e já vendi 12 mil livros. Tenho certeza que vou chegar aos 22 mil”, disse Almir Caparros, 32 anos. Isso representaria um crescimento de 30%.

Carlos Teyo, 42 anos, é dono da editora Moderna. Em relação ao ano passado, espera ter 10% de aumento. “Não tem como não aumentar. A verba do estado este ano foi excelente para consumidores e vendedores”. Teyo se refere à verba de R$ 1,1 milhão dada pela Secretaria Estadual de Educação a alunos da escola pública, através do “cheque-livrinho”.

A opinião é compartilhada por Caparros. “Na quinta-feira (2), 50% do que vendi foi pago pelo vale do governo. O incentivo à leitura ajudou a movimentar os estandes”. Marcos Ferreira, 40 anos, proprietário da editora São Marcos, tem visão ainda mais otimista do que os dois primeiros. “É a minha primeira vez na Feira e esperava lucro muito abaixo do que tive. Quando fiz as contas antes de vir para cá, tinha em mente uma margem de lucro. Ela foi 60% maior”, contou.

A Feira Nacional do Livro termina neste domingo (5). São pelo menos 50 estandes de vendas para todos os públicos.

Serviço
11ª Feira Nacional do Livro
Data: até domingo (5)
Local: Praça XV, Theatro Pedro II, Espaço Kaiser e Praça Maurílio Biagi
Ingresso: gratuito
Informações: (16) 3911-1050

Mercado de trabalho abre as portas para a maturidade

Por Du Paulino



“Será que está faltando alguma coisa em mim, que eu não tenho pra dar, por isso eu estou desempregada?” A frase traduz a angústia e o desespero da pedagoga Cristiane Juliano Pereira, de 47 anos. Sem emprego formal desde 2002, Cristiane tem a história parecida com a de muitas brasileiras na sua faixa etária. Casou-se muito cedo, teve filhos e optou por deixar o mercado de trabalho para cuidar da casa e da família. O próprio curso de pedagogia, ela só conseguiu fazer depois de os filhos terem crescido.


Ter mais de 40 anos pode ser uma barreira no mercado de trabalho? Nem sempre, garantem os especialistas. Segundo eles, a partir dessa faixa etária o trabalhador reúne um conjunto de competências pessoais que podem diferenciá-lo em relação aos mais jovens. Ajudar mulheres com mais de 45 anos a reconhecer em si tais competências e, com isso, se sentirem mais seguras para buscar uma posição no mercado de trabalho é o objetivo do “Programa de Valorização Profissional”, uma parceria entre o SESC Campinas e a Faculdade de Psicologia da PUC-Campinas. Pelo programa, alunos do curso realizam palestras e dinâmicas nas quais as participantes desempenham tarefas que ajudam no autoconhecimento. “A mulher que passou a maior parte da vida cuidando da casa, cozinhando e administrando o lar, por exemplo, tem competências administrativas e de organização que são muito valorizadas pelo mercado de trabalho”, acredita Rhodys Sigrist, que é um dos alunos da Faculdade de Psicologia participante do programa.


Sigrist conta que, pela troca de ideias entre os alunos de psicologia e as 30 mulheres participantes do programa, foi possível perceber que há o preconceito de que uma pessoa quando está envelhecendo ela vai perdendo capacidades, ela não consiga se inserir no mercado de trabalho. “Algumas já saem para procurar empregam acreditando que o mercado de trabalho não aceita pessoas maduras”, observa. A socióloga Vicentina Barroso, de 53 anos, é uma das que acredita nessa teoria. “No Brasil todos falam que tem lugar para as pessoas mais velhas, mas na realidade, não tem esse lugar. Porque você manda currículo, eles olham a sua data de nascimento e você já é excluída.”





No entanto, dados da Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) mostram que a faixa etária a partir dos 45 anos foi a que, proporcionalmente, mais se beneficiou com a abertura de novas vagas no setor de serviços, que é a que mais cresce quando se fala em contratação de mão de obra. Nos últimos três anos, o seu crescimento médio foi de 8,5% ao ano. Em 2010, em Campinas, foram contratados 14.500 trabalhadores na área de Serviços, o que representa 8,6% dos 168.500 empregados que compõem o total do segmento. Esses números, de acordo com o levantamento dos alunos da Faculdade de Psicologia junto à ACIC, representam mais chances de empregabilidade para as mulheres maduras. “Essa valorização é para mostrar que o mercado de trabalho está aberto a essa população e que elas possuem características que, por exemplo, a área de serviços, que é uma das áreas que mais empregam na Região Metropolitana de Campinas, precisa”, argumenta Sigrist.

Pesquisador jundiaiense pode ter descoberto o segredo de Deus, quando da criação do universo

Robson Conti, pesquisador jundiaiense, contesta a teoria do Big-Bang, e responde as perguntas que estavam às cegas para a ciência em seu livro que aborda da criação ao funcionamento deste universo, e de outros, além da possível extinção da raça humana, se continuarmos cegos as inverdades cientificas.

A nossa ciência conhece bem a lei da gravidade, as leis do eletromagnetismo, as leis da termodinâmica e a lei de Hubble, dentre outras, as quais nos dizem exatamente como as coisas funcionam. Já a explicação do mecanismo que faz com que as coisas se passem, da maneira que conhecemos através destas leis, nos é fornecida através de teorias, ou seja, através de hipóteses testadas até determinado grau de precisão. Isto é, sabemos exatamente COMO as coisas funcionam mas não sabemos o PORQUÊ disto, tendo de nos contentarmos com hipóteses.
O jundiaiense Robson Conti, pesquisador e autor do livro 1: uma teoria, uma força um Deus, muitas camadas e nenhuma formula, questiona esta situação e apresenta uma proposta que tenta responder até o último POR QUE do mundo funcionar da maneira como observamos, ou seja, não apenas se saberá a fórmula da força gravitacional, mas também o motivo dela ser atrativa e o mecanismo de funcionamento dela, assim como das outras forças, eletromagnética e nuclear. E propõe um modelo no qual apenas uma partícula constitui todas as estruturas e uma só força consegue explicar todos os fenômenos, sem contradizer a fatos, sem paradoxos, sem abdicar do bom-senso ou da coerência lógica e sem que Deus tenha de jogar dados como um simples mortal.
Concordando que Deus é sutil mas não malicioso, como afirmou Albert Einstein, que a verdade está na simplicidade, da mesma forma que Kepler e Newton, e que as leis da natureza têm de ter validade em todas as escalas e locais do universo, Conti tenta descrever a realidade de maneira menos complicada e propõe um modelo que mostra o funcionamento do mundo através de exemplos simples e com a apresentação de dados facilmente verificáveis na internet. E, para alegria geral, sem matemática, sem fórmulas, sem equações e usando de linguagem simples! “Os matemáticos se atém muito a formulas, a inúmeras maneiras ilógicas de se criarem a lógica”, diz Robson.
No livro é feita uma tentativa de trégua no conflito entre a fé e ciência, com vistas a permitir uma paz duradoura logo adiante, de forma que, com o conhecimento do mais íntimo funcionamento das coisas, possamos finalmente abandonar as trevas do desconhecimento e colaborarmos uns com os outros de modo a, copiando os sistemas naturais, autossustentáveis por excelência, possamos desenvolver capacidade de prever eventos e tecnologia suficiente para nos tornarmos aptos a sobreviver às mudanças ambientais que fatalmente nos aguardam. Ele acredita que o mundo passa por um período de reciclagem de vida de 450 bilhões de ano e, que neste século este período se renovará, assim como prevê o calendário Maia, que profetiza o fim do mundo para 2012. “Não acredito que seja já, no próximo ano, mas acredito que neste século haverá um evento que pode ser fatal a humanidade.”, frisa Conti.
“A atual condição do conhecimento humano, estando dividido em tantas disciplinas e especialidades estanques, pode estar nos levando a conhecer muito bem a todos os detalhes de todas as folhas da nossa árvore, mas não vemos a árvore, seus galhos, sementes e flores. E muito menos a floresta”, justifica o autor do livro 1.
Distintos departamentos da mesma universidade ou até do mesmo instituto pouco se falam. Ao mesmo tempo reducionistas e holistas se acusam mutuamente de cegos e de supersticiosos. O livro convida uns e outros a avaliar uma proposta que pretende mostrar as folhas aos que apenas veem a floresta e a floresta aos que apenas veem as folhas. E a arvore a todos. Sem nenhum paradoxo, minuciosamente explicado até o último dos porquês, de acordo com o autor.
Assim como Einstein, Conti acredita que uma ciência que não conhece Deus é cega e uma religião que desafia a ciência também. E que, absolutamente alinhado às ideias dos que pedem simplicidade, um Deus bondoso há de ter feito um mundo mecânicamente simples, e não quanticamente caótico, de maneira a permitir que o compreendamos e dominemos, em vez de ficarmos eternamente perdidos na obscuridade da ignorância em que atualmente nos encontramos quanto ao mais íntimo funcionamento do mundo e de suas coisas, apesar de todos os nossos avanços tecnológicos e sociais.

por William Brasil

Um jundiaiense que desce as maiores ondas do mundo

Por: Mauro Utida

Em Jundiaí não tem praia, a mais próxima está a mais de 150 km de distância, mas, mesmo assim, é daqui da terrinha da uva que nasceu um dos principais surfistas de ondas grandes do mundo na atualidade. Rodrigo Koxa, 31 anos, ficou conhecido mundialmente após descer uma onda de 20 metros de altura, em Las Docas (Chile), no começo deste ano. O feito rendeu a ele indicação ao prêmio de maior onda do ano pelo Billabong XXL, considerado um Oscar da modalidade.
Apesar de ter “dropado” a maior onda já surfada na América do Sul, Koxa não levou o prêmio, ficou na segunda colocação, mas está feliz com a repercussão que esse feito trouxe a carreira profissional dele. Todos os detalhes foram filmados pelo amigo chileno Rodrigo Pelado e registrados pelo fotógrafo Akiwas.
No fundo ele sente uma certa mágoa pelo prêmio ter sido ganho com o francês Benjamin Francis, um atleta da marca que promoveu o evento, mas o troféu maior ele acredita que já ganhou: a realização espiritual e profissional. “O fato de eu simplesmente ter dropado essa onda no Chile é uma benção de Deus”, declara.
Muitos devem estar se perguntando, como esse jundiaiense conseguiu ir tão longe. A resposta nos leva ao começo dos anos 80, quando o jovem Koxa se mudou para São Paulo na companhia dos pais e as diversas viagens para o Guarujá, onde o pai tinha negócios como corretor de imóveis. As primeiras ondas começaram com as pranchas de isopor, até que aos 8 anos de idade, Koxa ganhou sua primeira prancha de surf, daí nunca mais saiu de cima dela. “O começo sempre é mais difícil, mas sempre tive um apoio dos meus pais, que foram meus verdadeiros patrocinadores”, afirmou.



Koxa com Danilo Couto, campeão do XXL

Diferente da maioria dos seus amigos surfistas, que treinavam para competir nos tradicionais circuitos de surf, Koxa sonhava com ondas maiores e para isso teve que começar a viajar desde cedo. Começou pelo litoral do México aos 15 anos de idades, depois foi conhecendo os principais destinos dos big riders (surfistas de ondas grandes) do mundo: Jaws (Havaí), Mavericks (Califórnia), Teahupoo (Taiti) e o arquipélago da Indonésia.
Por causa de ter escolhido outra vertente do surf, ainda pouco conhecido quando decidiu seguir por este caminho, Koxa se transformou em um dos big riders de maior destaque de sua geração. A onda surfada por Koxa pode ser vista no vídeo abaixo. Quem quiser saber mais sobre esse surfista pode acessar o blog dele: rodrigokoxa.com ou pelo twitter.




sexta-feira, 3 de junho de 2011

A vovó não quer mais saber de tricotar

Por: Nádia Pêrego


As mulheres vivem mais que os homens e muitas estão vencendo a barreira do tempo, do preconceito e recomeçando a vida depois dos 60.

O Censo de 2010, divulgado neste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que, embora nasçam mais homens no Brasil, as brasileiras vivem mais. Em 2010, as mulheres correspondiam a 51,2% da população e os homens, a 48,8%. A pesquisa também mostra que as
mulheres precisam de ajuda nas atividades diárias mais cedo: 39% das mulheres contra apenas 26% dos homens.

No entanto, algumas brasileiras estão driblando essa estatística com muito bom humor. Dona Cida, como é conhecida a Maria Aparecida Vieira da Costa no Grupo da Terceira Idade da cidade de Artur Nogueira, tem 90 anos e não perde um baile. Queridinha dos “free dancers” - dançarinos contratados para dançar com as damas da terceira idade - Dona Cida gosta de ser a primeira a chegar e a última a sair, para não perder nenhuma dança. E tudo isso sem abrir mão de um bom salto alto.

“As pessoas se espantam quando eu digo a minha idade e perguntam se tem algum segredo para tanta disposição. Acho que o segredo é fazer o que se gosta, sem se importar tanto com a opinião dos outros.”, ressalta.

Teruko Osuka, de 76 anos, não costuma sair para dançar, mas é a campeã de caraoquê na família. Na estante da sala estão expostos os vários troféus que já ganhou. Se alguém elogia e diz que são muitos, Teruko, em japonês, com uma palavra ou outra em português, explica que já faz tempo que está sem vencer e que precisa treinar mais. A competição de caraoquê é “coisa séria” para essa japonesa que, aos 25 anos, junto com o marido, cruzou o oceano e constituiu família no Brasil.

A filha de Teruko, Susana Ayako Osuka, explica que o caraoquê é uma atividade que a mãe gosta de fazer com as amigas, sem a presença da família. “Ela não gosta que a gente acompanhe as competições, diz que tem vergonha e que se atrapalha. Meu irmão e eu já fomos assisti-la escondidos, para não prejudicá-la na competição”, revela Susana.

Em contrapartida, o estudante de Publicidade, Flávio Borelli, explica que foi a vontade de conversar com os parentes distantes que levou a avó, com mais de 70 anos, a aprender a usar o computador. “Por ser mais prático, ela conversa com uma das minhas tias e com algumas sobrinhas, que moram em outro estado, utilizando o Messenger”. Barolli orgulha-se da evolução da avó: “No começo, ela sempre ligava para mim ou para outros primos, para tirar algumas dúvidas, hoje, já virou rotina, ela faz tudo sozinha”.


TV Record: Terceira Idade na ativa, com muito vigor

Cuidados com a saúde das crianças no inverno

Por Célia Victoria


Em pleno outono, e com a aproximação do inverno, as mudanças bruscas de temperaturas acontecem com maior frequência. O clima mais frio força a busca por ambientes mais aquecidos e fechados, as atividades ao ar livre se tornam mais raras. As crianças são as mais afetadas, pois os pais para proteger seus pequenos trocam as brincadeiras nos parques, pela sala, quarto ou uma voltinha no shopping com a esperança que estando protegidos do frio estarão livres dos fatídicos resfriados. Conversamos com o Pediatra José Martins Filho para saber se esconder as as crianças do frio é a melhor solução para protege-las de gripes e resfriados.


Dr. José Martins, manter crianças em locais fechados ajuda a prevenir as doenças típicas do inverno?

Nem sempre, pois ambientes fechados e aquecidos podem ser muito freqüentados e favorecer o aumento da chance de contaminação, como por exemplo gripe e resfriados. O que é preciso sempre é evitar as mudanças bruscas de temperaturas e tomar os cuidados devidos. Se for sair para algum lugar frio, agasalhar-se adequadamente. Infelizmente nossas casas não estão construídas para ter proteção contra o frio, como acontece na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá , enfim nos Paises em que os invernos são mais rigorosos. As vezes é incomodo estar dentro de casa num dia muito frio, porque precisamos ficar também agasalhados, apenas deve-se usar o bom senso e evitar as bruscas mudanças de temperatura.

Quais as doenças mais comuns nessa época do ano?

São os processos infecciosos, principalmente os virais, como as gripes e resfriados. Não se confundir as duas doenças, pois resfriados são os mais freqüentes e menos graves. As gripes costumam ser epidêmicas, mais intensas, mais graves e principalmente mais duradouras. Por isso existem vacinas para nos proteger de alguma delas. Para os resfriados comuns infelizmente não existem vacinas, algumas vezes as pessoas acham que tomaram as vacinas para a gripe e não adiantou nada.

Qual a faixa etária que requer mais cuidados?

Os recém nascidos devem ser um pouco mais protegidos, principalmente as crianças alérgicas que estão freqüentemente mais sujeitas às infecções respiratórias.

O senhor aconselha os pais vacinarem seus filhos?

Sim, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a a Academia Americana de pediatria estimulam os pais a vacinarem as crianças contra a gripe.

Em quais casos são mais indicado as vacinas?

Principalmente os menores de dois anos e as crianças alérgicas, com asma, bronquites de repetição, infecções de ouvido e garganta freqüentes, provocadas geralmente por infecções respiratórias e alergias.

Quais as orientações aos pais de crianças alérgicas?

Tratá-las conforme orientação médica e evitar ambientes com pó , com cortinas, tapetes, e as exposições bruscas às mudanças de temperatura.
Mesmo com a queda nas ocorrências, se deve ainda aplicar a vacina H1N1?
Sim, o vírus está por aí e embora não tenhamos claramente uma epidemia, como o vírus da gripe sazonal, ela deve ser recebida, hoje, as vacinas que estão sendo aplicadas já , numa única dose protegem contra a gripe sazonal e também contra o H1n1.

Quais os cuidados com alimentação das crianças nessa época do ano?

As de sempre: alimentar-se bem e com variações na dieta. As frutas, as verduras e legumes são muito importantes , ao lado da adequada ingestão de proteínas , da carne, do frango, do peixe. Cuidado com o excesso de gorduras e de guloseimas com muito açúcar, elas dão calorias , mas evidentemente tem efeitos colaterais que precisam ser evitados: elevação da glicemia, colesterol, triglicérides, etc.

As atividades físicas devem ter continuidade durante o inverno? Quais as mais indicadas?

Claro que sim, todas as quais a criança goste e costume praticar, as piscinas , se possível , bem tratadas com cloro ou ozônio e aquecidas levemente para evitar os choques térmicos, sem exageros.

O senhor poderia dar algumas dicas de prevenção das gripes, resfriados e como amenizar as crises alérgicas?

Vacinas e tudo o que eu disse antes, alimentar-se bem, com dieta variada, praticar exercícios, evitar ficar em lugares confinados e sempre que possível cuidado com pessoas já contaminadas, com tosse, coriza, etc A gripe e os resfriados se transmitem pela tosse, espirros, mas também pelas mãos, portanto se houver alguém com esses sintomas em casa é bom , sempre lavar as mãos com freqüência e evitar contatos mais íntimos. As vezes, se possível dormir em quartos separados.